Novo episódio do Podcast Papo Filosófico

domingo, 11 de outubro de 2015

Literatura do 6º ao 9º ano

Literatura do 6º ao 9º ano: ensine a teoria sem deixar de lado as práticas de leitura

Nos anos finais do Ensino Fundamental, ler sobre os livros é tão importante quanto ler os livros. A turma precisa começar a entender os diferentes estilos e recursos linguísticos usados pelos autores, sem deixar de lado as práticas de leitura


Fotos: Omar Paixão, produção Adriana Nakata, cabelo e maquiagem Carmem Corrêa e móveis Evolukit
Chegou a hora de (além de ler para ampliar o repertório de obras e autores) começar a estudar a literatura. Nos anos finais do Ensino Fundamental, o ideal é que a turma analise os recursos linguísticos, os detalhes das histórias e as diferentes características dos textos literários sem se esquecer do hábito de ler (aquilo que os especialistas chamam de práticas sociais de leitura). É importante apresentar textos mais complexos aos alunos e lançar mão de conhecimentos teóricos para entendê-los melhor.

Por que ler e ensinar literatura
Para ir além do simples hábito de ler. Quando lemos um livro de poesias, elas nos emocionam e nos fazem refletir, buscar interpretações possíveis e tirar conclusões. E se alguém contar que essa obra foi escrita durante uma guerra, por exemplo, quando todos os escritores eram perseguidos? Ou chamar a nossa atenção para a estrutura do poema e nos fizer pensar por que o autor usa cada palavra, cada figura de linguagem? Com certeza, nossa visão sobre a obra vai mudar e vamos entender melhor aquele conjunto de versos. É isso que acontece quando você alia o ensino da literatura às práticas de leitura. Os alunos aproveitam a teoria para ampliar o olhar sobre os livros.

Quem lê
Nessa etapa da escolarização, o jovem precisa se acostumar à leitura autônoma. Mas algumas atividades coletivas podem ser mantidas (um bom exemplo é a leitura, pelo professor, de um texto de difícil compreensão, com o objetivo de ajudar na interpretação). Seu papel passa a ser o de orientador, que apresenta novidades e levanta questões para o desenvolvimento do senso crítico, sempre valorizando a opinião de todos. As atividades individuais de leitura são essenciais para criar uma relação pessoal com os livros, que se mantém pelo resto da vida.

Como ler
"Um segredo para formar leitores é misturar os momentos de leitura íntima, silenciosa e pessoal com outros de troca sobre como cada aluno se relaciona com o que leu", escreveu recentemente num artigo a argentina Nora Solari, especialista em Didática da Língua e da Literatura. Levar os jovens a falar sobre textos literários com os colegas é uma boa maneira de manter e ampliar seus hábitos leitores. Ao fazer com que os estudantes se aproximem de um livro que querem ler, você os coloca diante de um desafio. A turma terá de discutir e confrontar ideias para construir significados em relação à obra, terá de procurar as respostas escondidas nas entrelinhas (e esse prazer de entender melhor os livros é um dos grandes baratos da literatura).
Quando ler
A leitura continua sendo uma atividade permanente do 6º ao 9º ano. Cabe a você organizar o planejamento para incluir tanto as obras obrigatórias, estudadas nas aulas de teoria literária, como os textos escolhidos livremente pelos alunos.

Onde ler
A exemplo do que já foi dito em relação aos anos iniciais do Ensino Fundamental, não há espaços específicos para ler. O aluno que tem o hábito da leitura busca os próprios cantos.

O que ler
Na hora de ajudar a turma a escolher os livros, é importante conhecer o repertório e os interesses dos estudantes (coisas que cada um curte fazer nos fins de semana, assuntos que lhes interessam). Com base nisso, fica mais fácil sugerir leituras que farão sucesso. Segundo Rildo Cosson, autor de Letramento Literário: Teoria e Prática, indicar uma obra que dialogue com um jogo de videogame é um meio poderoso de atrair a garotada para a história. Além disso, a consolidação dos hábitos de leitura permite explorar textos mais difíceis e desafiadores, bem como conhecer novos autores e estilos (confira no quadro abaixo algumas indicações para os estudantes do 6º ao 9º ano).
Fotos: Omar Paixão, produção Adriana Nakata, cabelo e maquiagem Carmem Corrêa e móveis Evolukit
Fotos Omar Paixão, produção Adriana Nakata, cabelo e maquiagem CarmemCorrêa e móveis Evolukit
Os erros mais comuns
- Analisar só os aspectos gramaticais. Deixar de lado as interpretações de um livro está muito



longe de ser uma boa forma de desenvolver comportamentos leitores na turma.

- Separar forma e conteúdo. Colocar em discussão apenas os temas tratados no livro e deixar de lado a forma é um problema recorrente nas aulas de Língua Portuguesa. A interpretação completa de uma obra depende não só do que é dito, mas de como é dito. Até porque todo mundo sabe que um poema é diferente de uma crônica ou conto.

Elisa Meirelles. Com reportagem de toda a equipe de NOVA ESCOLA e
NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Ainda sobre o Pré-Modernismo


O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os conceitos prevalecentes do ParnasianismoSimbolismoRealismo e Naturalismo.
O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um movimento e por isso deve ser encarado como fase.
Não possui um grande número de representantes mas conta com nomes de imenso valor para a literatura brasileira que formaram a base dessa fase.
O pré-modernismo, também conhecido como período sincrético. Os autores embora tivessem cultivado formalismos e estilismos, não deixaram de mostrar inconformismo perante suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais, incorporando seus próprios conceitos que abriram o caminho para o Modernismo.
Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes jóias como Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato.
O que se convencionou em chamar de Pré-Modernismo, no Brasil, não constitui uma escola literária, ou seja, não temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, Pré-Modernismo é um termo genérico que designa toda uma vasta produção literária que caracterizaria os primeiros vinte anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo regionalismo, outros preocupados com uma literatura política e outros, ainda, com propostas realmente inovadoras.
Obra do pré-modernismo
A Boba – Obra de Anita Malfatti
Por apresentarem uma obra significativa para uma nova interpretação de realidade brasileira, bem como pelo valor estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao estudo de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período que se inicia em 1902 com a publicação de dois importantes livros – Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha – e se estende até o ano de 1922, com a realização da Semana da Arte Moderna.

Momento Histórico

Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo período de sua história republicana: com a posse do paulista Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a “República do café-com-leite”, dos grandes proprietários rurais, em substituição a “República da Espada” (governos do marechal Deodoro e do marechal Floriano). É a áurea da economia cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de urbanização de São Paulo.
Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais claros os fortes contrastes da realidade brasileira. É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o famoso “Padim Ciço”; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço, com a figura lendária de Lampião.
O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra importante rebelião, desta vez dos marinheiros liderados por João Cândido, o “almirante negro”, contra o castigo corporal, conhecida como a “Revolta de Chibata”. Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras sob a orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por melhores condições de trabalho.
Essas agitações são sintomas de crise na “República do café-com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana da Arte Moderna.

Características

Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma escola literária, apresentando individualidades muito fortes, com estilos às vezes antagônicas – como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns pontos em comum entre as principais obras pré-modernistas.
Apesar de alguns conservadorismos, são obras inovadoras, apresentando uma ruptura com o passado, com o academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de palavras “não poéticas” como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor; a denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado de Romantismo e Parnasianismo; o Brasil não oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo;
  • o regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto;
  • os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos;
  • uma ligação com fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção.

Pré-Modernismo no Brasil

Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX, o Brasil também viveu sua bélle époque. Nesse período nossa literatura caracterizou-se pela ausência de uma única diretriz. Houve, isso sim, um sincretismo estético, um entrecruzar de várias correntes artístico-literárias. O país vivia na época uma constante tensão.
Nesse contexto, alguns autores refletiam o inconformismo diante de uma realidade sócio-cultural injusta e já apontavam para a irrupção iminente do movimento modernista. Por outro lado, muitas obras ainda mostravam a influência das escolas passadas: realista/naturalista/parnasiana e simbolista. Essa dicotomia de tendências, uma renovadora e outra conservadora, gerou não só tensão, mas sobretudo um clima rico e fecundo, que Alceu Amoroso Lima chamou de Pré-Modernismo.

Quanto à prosa, podemos distinguir três tipos de obras:

1- Obras de ambiência rural e regional – que tem por temática a paisagem e o homem do interior.
2- Obras de ambiência urbana e social – retratando a realidade das nossas cidades.
3- Obras de ambiência indefinida – cujos autores produzem uma literatura desligada da realidade sócio-econômica  brasileira.

Características :

A) ruptura com o passado – por meio de linguagem chocante, com vocabulário que exprime a “frialdade inorgânica da terra”.
B) inconformismo diante da realidade brasileira – mediante um temário diferente daquele usado pelo romantismo e pelo parnasianismo : caboclo, subúrbio, miséria, etc..
C) interesse pelos usos e costumes do interior – regionalismo, com registro da fala rural.
D) destaque à psicologia do brasileiro – retratando sua preguiça, por exemplo nas mais diferentes regiões do Brasil.
E) acentuado nacionalismo – exemplo Policarpo Quaresma.
F) preferência por assuntos históricos. 
G) descrição e caracterização de personagens típicos – com o intuito de retratar a realidade política, e econômica e social de nossa terra.
H) preferência pelo contraste físico, social e moral. 
I) sincretismo estético – Neo-Realismo, Neoparnasianismo, Neo-Simbolismo.
J) emprego de uma linguagem mais simples e coloquial – com o objetivo de combater o rebuscamento e o pedantismo de alguns literatos.

Principais autores : 

Na poesia: Augusto dos Anjos, Rodrigues de Abreu, Juó Bananére, etc..
Na prosa: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato, Afonso Arinos, Simões Lopes, Afrânio Peixoto, Alcides Maia, Valdomiro Silveira, etc…

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pré-Modernismo


O avanço científico e tecnológico no início do século XX traz novas perspectivas à humanidade. As invenções contribuem para um clima de conforto e praticidade. Afinal, o telefone, a lâmpada elétrica, o automóvel e o telégrafo começam a influenciar, definitivamente, a vida das pessoas.
Além dessas, a arte mostrou um inovado meio de comunicação, diversão e entretenimento: o cinema.
É em meio a tanto progresso que a 1ª Guerra Mundial eclode. Em meio a tantos acontecimentos, havia muito que se dizer, e por isso, a literatura é vasta nos primeiros anos do século XX. Logo, os estilos literários vão desde os poetas parnasianos e simbolistas (que ainda produziam) até os que se concentravam na política e nas peculiaridades de sua região.
Chamamos de Pré-Modernismo a essa fase de transição literária entre as escolas anteriores e a ruptura dos novos escritores com as mesmas.
Enquanto a Europa preparava-se para a guerra, o Brasil vivia a chamada política do “café-com-leite”, onde os grandes latifundiários do café dominavam a economia.
Ao passo que esta classe dominante e consumista seguia a moda europeia, as agitações sociais aconteciam, principalmente no Nordeste.
Na Bahia, ocorre a famosa “Revolta de Canudos”, que inspirava a obra “Os Sertões” do escritor Euclides da Cunha. Em 1910, a rebelião “Revolta da chibata” era liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”, contra os maltratos vividos na Marinha.
Aos poucos, a República “café-com-leite” ficava em crise e em 1920 começam os burburinhos da Semana de Arte Moderna, que marcaria o início do Modernismo no Brasil.
Os principais escritores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graça Aranha e Augusto dos Anjos.
Os marcos literários são, especialmente, o já citado “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha.
O Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma “escola literária”, pois não há um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços literários.
Fonte: http://www.brasilescola.com/literatura/pre-modernismo.htm

terça-feira, 3 de março de 2015

Como fazer uma Redação – 10 Dicas

1) Formule perguntas
Sabe aquela sensação desagradável de ficar olhando para a folha sentindo um frio na barriga sem saber por onde começar a escrever, aquele momento em que as ideias tiram férias e somem da sua mente? Bom, ficar olhando para a folha não vai resolver a situação: é preciso incentivar a sua mente a trabalhar nos argumentos e, para tanto, basta fazer uma coisa simples: formule perguntas para você mesmo. Faça perguntas sobre o tema para você próprio (pergunte-se como, por que, exemplos, causas, consequências) e as respostas vão aparecer naturalmente e vão se transformar nas ideias e nos argumentos.
2) Saiba escolher o título
A escolha do título é a última coisa que você vai fazer em sua redação, já que ele precisa estar de acordo com o seu texto. Vamos supor que o tema seja “A democracia no século XXI” e você terminou a conclusão escrevendo: “Portanto, os movimentos sociais são o reflexo de um povo que clama pela democracia”. Não use o próprio tema para servir de título (não escreva “a democracia no século XXI”) nem escolha um título vago e genérico (“o papel da democracia”, “a importância da democracia”, “o povo e a democracia”). Você precisa fazer com que o título de sua dissertação dê originalidade à redação. Para tanto, você pode transformar a conclusão na resposta a um título interrogativo (“Como o povo pode espelhar a democracia?”), você pode reescrever a ideia da conclusão (“o reflexo da democracia nos movimentos sociais contemporâneos”), você pode trabalhar com citações (pode escrever no título “o filho que não foge da luta” e terminar o texto escrevendo: “as manifestações sociais que clamam por democracia refletem os versos do Hino Nacional e denotam a figura do filho que não foge da luta”). Geralmente, associar o título à conclusão é uma boa estratégia.
3) Coesão Textual
Coesão Textual é um dos aspectos redacionais mais importantes em seu texto. Ela é a responsável por manter a leitura de sua redação fluida, sem fragmentos soltos. Para tanto, o segredo é empregar as conjunções, que atuam como elementos de ligação. Sempre que possível, use expressões do tipo: contudo, todavia, entretanto, dessa forma, sendo assim, a fim de, por outro lado, conforme, segundo, etc. Sempre procure usar esses tipos de elementos de ligação, pois são eles que mantêm a integridade de sua redação.
4) Tamanho dos períodos
Não faça períodos curtos ou longos demais. Se você fizer períodos curtos a sua redação acabará ficando fragmentada. Se você fizer períodos longos a sua redação poderá ficar confusa por conta do excesso de informações e o avaliador poderá se perder no meio do caminho, o que pode até comprometer a coerência. Também não fique invertendo a ordem dos termos da oração: procure escrevê-lo na ordem certa, de modo objetivo e simples. Nunca escreva um parágrafo inteiro num período só (apenas com um ponto final).
5) Linearidade Argumentativa
Termine o parágrafo com a mesma ideia que você começou. Se você começou escrevendo sobre as conquistas da democracia, você precisa terminar o parágrafo escrevendo sobre isso. A grande causa da fuga ao tema é o fenômeno da “bola de neve”, ou seja: o candidato vai escrevendo sem se organizar antes, escrevendo conforme as ideias vão surgindo e deixando um assunto ir puxando outro. Os argumentos precisam ser desenvolvidos seguindo uma linha de raciocínio. Não esqueça que fugir do tema é um erro fatal que pode zerar a sua redação.
6) Clichês
Evite os clichês e a linguagem informal (a não ser que você queira destruir a sua redação). Os clichês são aquelas expressões genéricas e batidas do senso comum (ou seja: que todo mundo usa ou fala). Exemplos clássicos: “desde os primórdios da humanidade”, “faca de dois gumes”, “os dois lados da mesma moeda”, “chegou ao fundo do poço”, “é notório que”, “agradar a gregos e a troianos”, “no que se refere”, “voltar à estaca zero”, “nunca antes na história da humanidade”. Isso é tão desagradável que dá vergonha alheia.
7) Não seja óbvio nem genérico
Pior do que o clichê é ser óbvio. Exemplo: “o homem é um ser vivo que vive em sociedade”, “é importante viver em sociedade”. Não diga ideias óbvias que todo mundo sabe. Aproveitando que eu disse “todo mundo”, evite também expressões vagas e genéricas, como “todo mundo”, “todos”, “ninguém”, “estudos afirmam que (que estudos?)”, “cientistas comprovam que (quis cientistas?)”. Outro exemplo é o argumento do Tudo é do Governo, que diz que tudo é culpa dele e que todas as soluções para o Brasil são apenas dele: “o governo não investe em infraestrutura”, “o governo não investe nisso e naquilo”, “os governantes precisam fazer isso e aquilo”. Procure outros argumentos além de jogar tudo nas costas do governo. Todo mundo faz isso, então procure ser diferente. Outro argumento bem genérico é o argumento da conscientização: “as pessoas precisam se conscientizar”, “é preciso se conscientizar”, etc. Ao invés de dizer que as pessoas precisam se conscientizar, explore de que forma isso pode acontecer.
8) Gramática
Tenha em mente os critérios mais importantes da gramática, como pontuaçãoacentuaçãoregência e concordância. O assunto mais importante da pontuação é a vírgula, porque se você usá-la de maneira errada você estará comprometendo a coesão e a coerência do texto. Em acentuação, um erro muito comum é a questão da crase.
9) Não “invente moda”
Seja objetivo e simples. Não queira usar palavras bonitas ou complicadas porque isso não dá ponto. Muito pelo contrário, você aumenta a sua probabilidade de causar uma péssima impressão ao usar formalismo de modo inadequado: você pode misturar diferentes estilos de escritas na mesma redação.
10) Administre o tempo
Ao abrir o caderno da prova veja logo o tema da redação. Se o tema for fácil para você, então parta logo para a redação (porque até chegar lá você estará mais cansado e de “saco cheio” da prova, já que a prova do Enem é chata e tem muito enunciado longo que exige leitura e interpretação). Caso o tema seja difícil e nenhuma ideia surja, então não perca tempo e vá para as questões objetivas, porque as ideias para a redação podem surgir enquanto você estiver resolvendo as questões. Porém, jamais deixe a redação para os últimos instantes da prova. Afinal, se você tiver sérios problemas com o tempo, é melhor chutar as alternativas das questões objetivas do que chutar a redação inteira.
Fonte: http://comofazerpra.com.br/para/como-fazer-uma-redacao-perfeita-10-dicas/

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Dicas para uma boa redação

Escrever nem sempre é tarefa fácil, mas existem dicas para uma boa redação que vão transformar você em um escritor atento e competente.


Se existe uma coisa que sempre deixa os estudantes apreensivos é o momento de escrever uma redação. Bicho-papão de concursos e vestibulares, a redação definitivamente não é uma unanimidade, pois é no momento da escrita que mostramos nossas competências linguísticas e, infelizmente, nem sempre estamos tão preparados quanto gostaríamos, não é verdade?
Quando escrevemos, documentamos, inconscientemente, nossas dúvidas e carências de aprendizado. Acertos e erros ficam ali registrados e nítidos para quem vai avaliar nosso texto. Um pequeno erro pode contar muitos pontos na hora da correção e ninguém quer ser mal avaliado por causa disso, certo? Pois bem, para deixar você afiado na escrita, elaboramos dez dicas para uma boa redação, dicas simples, porém, muito importantes, que vão deixar você à vontade na hora de elencar no papel suas ideias e argumentos. Mas atenção: são apenas dicas de redação, quem quer aprender mais sempre deve correr atrás. Bons estudos!
  • 1. Ninguém se torna um bom escritor em um passe de mágica. As fórmulas só existem nas ciências exatas e, ainda assim, quando mal aplicadas, são passíveis de erro. Portanto, se você quer se tornar um escritor eficiente, comece sua jornada em busca da competência linguística com o simples hábito de ler. No começo pode ser difícil, mas como todo hábito, aos poucos você vai se acostumar e até tomar gosto pela leitura. Entenda que um bom escritor é, obrigatoriamente, um bom leitor. Corra já para uma biblioteca e recupere o tempo perdido.
  • 2. Escreva bastante para treinar e aprimorar as técnicas de redação, mas não se esqueça de que seus textos precisam de um leitor que possa encontrar possíveis erros e mostrar a você maneiras eficientes de solucioná-los. A correção certamente vai te ajudar a sanar dúvidas e evitar que erros se repitam. Peça ajuda para um professor ou alguém com conhecimento específico na área.
  • 3. Em concursos e vestibulares, é comum que o número de linhas do texto seja estipulado, geralmente, pede-se que o candidato elabore uma redação com até 30 linhas. Lembre-se de que toda linha extra será desconsiderada no momento da correção, portanto, respeite o número mínimo e o número máximo de linhas.
  • 4. Para que uma redação possa ser desenvolvida de maneira satisfatória, ela precisa ter, no mínimo, quatro parágrafos, divididos em introdução, desenvolvimento e conclusão.
  • 5. Seja objetivo. Vá direto ao ponto, nada de introduções longas e mirabolantes. Alguns se perdem na “vaguidão inespecífica” e acabam recheando o texto com informações desnecessárias e chavões sem utilidade prática. Há quem acredite que o uso de uma linguagem rebuscada, permeada por arcaísmos e expressões eruditas, pode impressionar os leitores, mas, definitivamente, enfeitar a escrita não vai fazer com que você se pareça mais inteligente aos olhos dos corretores. Objetividade é a palavra de ordem.
  • 6. Releia o texto escrito. Reserve um tempo para fazer esse exercício, pois quando relemos nossa redação, a chance de encontramos possíveis erros são bem maiores. Fique atento à coerência e à coesão, cuidado também com as temidas falhas gramaticais.
  • 7. Atenção quanto à forma da redação. Capriche na letra e, se ficar em dúvida sobre a legibilidade de sua “caligrafia”, aposte nas letras de forma. Respeite o recuo dos parágrafos, geralmente são dois centímetros a partir da margem (você deve ter aprendido isso lá na alfabetização, por que deixar de usar o que aprendeu?), use o hífen quando fizer uma separação silábica e nunca, nunca pule linhas entre um parágrafo e outro, certo?
  • 8. Nem todo vestibular ou concurso pede que sua redação tenha um título. Caso ele seja expressamente solicitado, não se esqueça de que deve ser constituído por uma frase nominal, ou seja, nada de verbos. Prefira títulos curtos e não pontue ao seu final.
  • 9. Evite períodos longos, pois esse tipo de construção pode provocar equívocos no momento da pontuação. Isso não quer dizer que você deve fazer de sua redação um telegrama, nada disso: tente encontrar o equilíbrio, mas prefira frases curtas, elas são mais facilmente compreendidas.
  • 10. Que tal começar a sua prova pela redação? Muitos candidatos, seja por medo ou por seguirem a sequência da prova, acabam deixando a redação para o final, quando já estão cansados. Lembre-se de que a redação vale muito na composição final da nota, então uma boa dica é começar mostrando suas habilidades linguísticas. Se você gosta de fazer o bom e velho rascunho, fique atento na hora de passar a limpo, já que algumas palavras do texto podem ser omitidas nesse momento. Lembre-se: todo cuidado é pouco!
    PorLuana Castro Alves Perez
    Fonte: http://www.portugues.com.br/redacao/dez-dicas-para-uma-boa-redacao.html

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Educação Ambiental - um tema transversal



A educação, como a saúde e outras áreas fundamentais ao desenvolvimento social, não pode ser partidária. Portanto, é necessário que se avaliem as ações dos governos anteriores, de modo a continuá-las ou não.
Apesar das acusações de nível elevado de dificuldade, todos nós da área de Educação conhecemos o esforço do Governo Federal para construir os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Básico e distribuí-los por todo o país.
A análise em detalhe mostrou a qualidade das orientações contidas nos PCN. Mas muitas regiões do país não receberam o "pacote" completo. O Governo Federal não queria que os documentos simplesmente chegassem às escolas. Procurou fazer convênios com as secretarias estaduais de Educação e diretamente com as secretarias municipais, a fim de que houvesse capacitação dos professores para a prática do que estava contido nos PCN, o que recebeu o nome de PCN em Ação.
Muitos estados e municípios assinaram de imediato os convênios e realizaram as capacitações de seus professores, que dessa maneira discutiram as possibilidades de usar os PCN com bons resultados. Somente após um ano dessa capacitação o MEC lançou os PCN em Ação do Meio Ambiente, um rico material que serviria de subsídio a todos os professores, voltado para o entendimento do meio ambiente como tema transversal. Havia, no entanto, uma condição para o recebimento desse material: somente o receberiam as unidades escolares – quer estaduais, quer municipais – que tivessem realizado a capacitação anterior, a dos PCN em Ação.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, à época, não considerou oportuno o convênio com o MEC para capacitar seus professores, deixando de incrementar os PCN em Ação.Consequentemente, pela cláusula do MEC, não ficou apto a receber o material sobre meio ambiente.
Nestes seis últimos anos, a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro tem, de diversas maneiras, capacitado professores na temática do meio ambiente: através da Agenda 21 escolar, de projetos de horto, horta, limpeza da escola, de rios, de praças, reciclagem de papel, coleta seletiva de lixo para reciclagem, concursos de cartazes, conferências, peças de teatro etc. Sem dúvida, ações de grande importância para a formação do professor e, consequentemente, do aluno.
Mas a análise mais detalhada mostra que sua realização tem ocorrido fora da sala de aula, não sendo prática do dia-a-dia, junto com as disciplinas, como tema transversal. Há muito, cobramos do professorado a realização dos trabalhos de educação ambiental dentro da sala de aula, em conjunto com as disciplinas. Cobrança em vão, pois, para podermos colher resultados positivos, é preciso desenvolver com os professores ocomo fazer.
Como sempre, perdem o aluno e a escola...
Gostaríamos, pois, de deixar uma sugestão para os mandatários das políticas educacionais de educação de nosso estado: há que se investir pesado em capacitação do magistério, além, é óbvio, da melhoria salarial. Só assim nos afastaremos da péssima classificação do Estado do Rio de Janeiro em educação, resultado do acúmulo de equívocos, distorções e falta de avaliação de muitos governos.
Rondon Mamede Fatá
Fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/meioambiente/0016.html

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

5 curiosidades sobre Machado de Assis

Curiosidades que ele (e somente ele) deixou para a história da literatura brasileira:

1.Infância

Machado de Assis teve uma infância pobre e chegou a vender balas e doces para poder ganhar dinheiro. Nascido no Morro do Livramento, ele era filho de um pintor negro e de uma lavadeira de origem portuguesa. Ainda criança, foi apadrinhado por Dona Maria José de Mendonça, esposa do senador Bento Barroso Pereira, o que lhe rendeu um constante convívio com as classes mais abastadas. Alguns críticos consideram que esse contato com as elites fizeram com que Machado renunciasse suas origens e evitasse tocar nesse assunto em seus livros. De fato, é possível constatar em suas obras o retrato fiel da vida da nobreza na corte carioca, mas raramente a realidade da população pobre é comentada.

2.Transição literária
Apesar de ser um autor ícone do Realismo brasileiro, Machado começou a sua carreira literária escrevendo com traços do Romantismo. "Ela", seu primeiro poema publicado em 1885 já possui essas características, que viriam a se acentuar com os poemas de "Crisálidas" (1864) e com os romances "Ressureição" (1872), "Helena" (1876) e "Iaiá Garcia" (1878). O abandono do Romantismo e a adoção do estilo frio e irônico que tanto caracterizam as obras de Machado só viriam mais para frente, com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881). Para alguns críticos, nesta fase há uma clara influência dos escritores franceses Gustave Flaubert e Honoré de Balzac, principalmente com traços como o humor, o pessimismo e o diálogo constante com o leitor.

 3. Gêneros literários
Até o século 19, o romance era o formato literário de maior repercussão no cenário internacional e também no Brasil. Machado rompeu com essa hegemonia, sendo um dos primeiros autores de grande repercussão a inserir o conto dentro de nossa literatura. Mais curto que o romance e focado em uma única ação de desfecho inesperado, o conto possibilitou a Machado desenvolver uma literatura de caráter essecialmente psicológico, dando menos peso ao enredo em si e intensificando a abstração subjetiva dos personagens. Nota-se aqui, novamente, a influência direta de Honoré de Balzac, que já havia adotado o conto como sua estrutura preferencial.
4. Imprensa
A ligação do escritor com a imprensa também é um destaque importante. Ao longo de sua vida, Machado passou pelas mais diversas redações do Rio de Janeiro da época - como Marmota Fluminense A notícia -, tendo iniciado sua carreira de jornalista como tipógrafo na Imprensa Nacional. Um fato curioso dessa época foi que, por ler demasiadamente em seu horário de trabalho, o jovem escritor foi demitido pelo chefe, Antônio Manuel de Machado (autor de "Memórias de um Sargento de Milícias"). Apesar da demissão, o caso contribuiu para que ambos se tornassem grandes amigos. Dessa sólida amizade, o escritor obteve o incentivo literário e a proteção de Antônio Manuel de Machado.

5. Diálogo constante
Uma característica bastante recorrente na obra de Machado é o diálogo, tanto entre o autor e o leitor quanto entre os personagens de diferentes livros. Logo no início de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", o narrador conversa com o leitor, explicando quais foram os motivos que o levaram a escrever o livro. Em "Esaú e Jacó", Machado alega que as páginas a seguir são manuscritos de um certo Conselheiro Aires, encontrados após sua morte. O mesmo Conselheiro viria a aparecer como personagem de "Memorial de Aires". Já em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", o protagonista é frequentemente aconselhado pelo filósofo Quincas Borba, com quem estudara na infância - o mesmo Quincas Borba volta a surgir no livro homônimo publicado em 1892.  

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/cinco-curiosidades-machado-assis-783416.shtml 
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