Novo episódio do Podcast Papo Filosófico

terça-feira, 24 de março de 2020

Resumo de português: Figuras de linguagem



As figuras de linguagem dividem-se em figuras de som, de pensamento (ideias) e das próprias palavras,

As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras.

Figuras de som

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais” (Luan Farigotini)

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa)
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
“Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre António Vieira)
Figuras de construção

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.

“Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)

d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
“Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores” (Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro)

e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:

• silepse de gênero
Vossa Excelência está preocupado.

• silepse de número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.

• silepse de pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.”

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
“O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de Andrade) .

g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal”
(Fernando Pessoa)

h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” (Camões)

Figuras de pensamento

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza)

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estava morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome)

e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
“Devagar as janelas olham…” (Carlos Drummond de Andrade)

f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac)

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).
“Ó Leonor, não caias!”

Figuras de palavras

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa)

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
O Rei do Futebol (em vez de Pelé)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
“Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin

sábado, 27 de abril de 2019

Qual a diferença entre ética e moral?

A diferença entre ética e moral é que a moral refere-se ao conjunto de normas e princípios que se baseiam na cultura e nos costumes de determinado grupo social, já a ética é o estudo e reflexão sobre a moral, que nos diz como viver em sociedade.
Uma maneira fácil de lembrar da diferença entre moral e ética é que a moral se aplica à um grupo, enquanto a ética pode ser questionada por um indivíduo.
ÉticaMoral
Definição
A ética é o estudo e a reflexão sobre a moral, das regras de conduta aplicadas a alguma organização ou sociedade.
A moral se refere às regras de conduta que são aplicados à determinado grupo, em determinada cultura.
De onde vemIndividual.Sistema social.
Porque seguimosPorque acreditamos que algo é certo ou errado.Porque a sociedade nos diz que é o certo.
Flexibilidade
A ética é normalmente consistente, embora pode mudar caso as crenças de um indivíduo mudem ou dependendo de determinada situação.
A moral tende a ser consistente dentro de um determinado contexto, sendo aplicado da mesma forma a todos. Porém, ela pode variar de acordo com cada cultura ou grupo.
Exceções
Uma pessoa poderá ir contra sua ética para se ajustar a um determinado principio moral, como por exemplo, o código de conduta de sua profissão.
Uma pessoa que segue rigorosamente os princípios morais de uma sociedade pode não ter nenhuma ética. Da mesma forma, para manter sua integridade ética, ele pode violar os princípios morais dentro de um determinado sistema de regras.
SignificadoÉtica vem da palavra grega "ethos" que significa conduta, modo de ser.Tem origem na palavra latina "moralis" que significa "costume".
OrigemUniversal.Cultural.
TempoPermanente.Temporal.
UsoTeórico.Prático.
Exemplo
João teve uma atitude antiética ao furar a fila do banco.
No Brasil é imoral ter mais de uma esposa, enquanto em alguns países como a Nigéria é moralmente aceito.

O que é Ética?

A ética se refere ao conjunto de valores que guiam determinado grupo ou cultura. Sendo assim, ela norteia o caráter das pessoas, e como elas irão se portar no meio social.
Apesar disso, a ética não deve ser confundida com a lei, pois pessoas não sofrem sansões ou penalidades do Estado por não cumprirem normas éticas.
O conceito de ética também pode significar o conhecimento extraído da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional. Sendo assim, a ética pode refletir e questionar valores morais.
A ética é responsável por definir certas condutas do nosso dia-a-dia, como no caso dos códigos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão.

O que é Moral?

Moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento do indivíduo dentro de uma sociedade. Ela pode ser adquirida através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano.
Tais regras norteiam os julgamentos de cada indivíduo sobre como agir, de acordo com o que foi previamente aceito como norma entre determinado grupo. Quando falamos de moral, as definições do que é certo ou errado dependem do local onde você se encontra, da tradição e cultura.

De onde vêm os princípios morais e éticos

A moral é um padrão externo que pode ser fornecido por instituições, grupos ou cultura a qual um indivíduo pertence. Ela também pode ser considerada um sistema social ou uma estrutura para um comportamento aceitável.
A ética, apesar de ser influenciada pela cultura e pela sociedade, são princípios pessoais criados e sustentados pelos próprios indivíduos.

Consistência e Flexibilidade

A moral é muito consistente dentro de um determinado contexto, mas pode variar entre culturas ou época. Por exemplo, algo moralmente aceito na sociedade de hoje poderia ser imoral nos anos 70.
Já a ética é como o individuo reflete sobre determinada moral, sendo possível que certos eventos modifiquem radicalmente as crenças e valores pessoais de um indivíduo.

Origem do conceito de ética e de moral

Grande parte da confusão entre estas duas palavras vem de suas origens. A palavra "ética" vem do francês antigo “etique”, do latim “ética” e do grego “ethos” e se refere às condutas, ao modo de ser. Já a palavra “moral” vem do latim “moralis”, que se refere os costumes. Então, originalmente, os dois têm significados muito semelhantes.
A moral e a ética do indivíduo foram estudadas filosoficamente há mais de mil anos. Porém, a ideia de ética como princípios que são definidos e aplicados a um grupo é relativamente nova, datada em 1600.

Exemplo do uso de ética

O conceito de ética é utilizado quando refletimos sobre a moral aceita em determinada sociedade, podendo aceitar ou questioná-la.
João foi antiético pois não se levantou para que o idoso pudesse ocupar o seu lugar no ônibus.

Exemplo do uso de moral

A moral se refere à determinadas normas e condutas criadas e aceitas em determinado grupo social, podendo variar de acordo com o local ou o tempo. Como no caso:
Antigamente, era imoral as mulheres usarem calças, mas hoje é moralmente aceito.

Fonte: https://www.diferenca.com/etica-e-moral/