Redação:
apontamentos...
Cada parágrafo ao ser
desenvolvido deve ser organizado em torno de certas frases-básicas, que têm as
suas funções originais:- Tópico Frasal: é a frase inicial, desenvolvida a partir da temática da orientação. Para se achar a temática de uma orientação, basta resumir o conteúdo principal do tema apresentado. (veja alguns exemplos em Fique ligado!)
- Frase de desenvolvimento: é desenvolvida a partir das respostas à pergunta "por quê?", feita ao tópico frasal. Geralmente, um parágrafo se desenvolve com duas ou três dessas frases.
- Frase de Conclusão: fecha a idéia do parágrafo. Iniciado por expressões do tipo "é preciso", "é necessário"; fazendo assim uma relação de análise e solução.
Exemplo: "Viver na cidade tornou-se um grande desafio. A todo momento, as pessoas são vítimas das mais variadas formas de violência. É preciso que o governo se posicione urgentemente e crie medidas que mudem essa situação."
Antes de tudo é preciso saber o que é coesão e coerência, pois sem essas duas chaves principais de qualquer texto, você não vai a lugar nenhum.
- Em nossa linguagem cotidiana procuramos executar manobras coesivas, muitas vezes, com o intuito de melhorar a própria expressividade do enunciado. Vejamos alguns casos:
Em lugar de
- Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos.
usamos
- Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos.
Dei-os funciona como relacional que recupera em B o que havia sido colocado em A. Neste caso, o objetivo é evidenciar o processo de repetição, considerado menos "nobre" por uma certa gramática.
O uso indevido de elementos de ligação e mesmo a má escolha vocabular podem comprometer os processos coesivos do texto.
- É comum ouvir-se dizer que há textos bons por serem coerentes e outros ruins pela incoerência. A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência. Veja alguns casos:
- Um sujeito resolve contar a última piada de papagaio num velório. Além de impertinente, a piada sofre de uma síndrome geral de incoerência contextual. A situação lutuosa não permite que o decoro seja quebrado e risos apareçam em torno do defunto.
- Em vestibular da Fuvest, o candidato saiu-se com a seguinte "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas". Convenhamos que o sol tropical pode ser acusado de muitas coisas, menos de palidez. O riso provocado pela leitura daquele texto poético é derivado de um caso de incoerência no uso da imagem.
A lista poderia aumentar muito. Basta reter a idéia de que, no fundo, o problema básico envolvido na produção da coerência é o do acerto das partes com relação ao todo textual; do ajuste seqüencial das idéias; da progressão dos argumentos; das afirmativas que são explicadas... Coloque-se sempre no lugar do autor ou do ouvinte para sentir se realmente está sendo coerente.
1. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita
demasiadamente rebuscado, conforme deve ser do conhecimento de V. Sa.
Outrossim, tal prática advém de esmero que, por excessivo, beira o
exibicionismo narcisístico.
2. evite abrev., etc.
3. anule aliterações altamente abusivas.
4. "não esqueça das maiúsculas", como já dizia
carlos machado, meu professor lá no colegio santo inácio, no rio de janeiro.
5. evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. o uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é
desnecessário.
7. estrangeirismos estão out, palavras de origem portuguesa
estão in.
8. seja seletivo no emprego de gíria, bicho, mesmo que seja
maneiro... sacou?
9. palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa
merda.
10. nunca generalize: generalizar sempre é um erro.
11. evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai
ficar repetitiva. a repetição vai fazer com que a palavra seja repetida.
12. não abuse das citações. como costumava dizer meu pai:
"quem cita os
outros não tem idéias próprias".
outros não tem idéias próprias".
13. frases incompletas podem causar
14. não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa
de formas diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. em
outras
palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
15. seja mais ou menos específico.
16. frases com apenas uma palavra? corte!
17. a voz passiva deve ser evitada.
18. use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente
será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação.
19. quem precisa de perguntas retóricas?
20. nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a
A.G.O.P.
21. exagerar é 100 bilhões de vezes pior do que a moderação.
22. evite mesóclises. repita comigo: "mesóclises:
evitá-las-ei!"
23. analogias na escrita são tão fúteis quanto chifres numa
galinha.
24. não abuse das exclamações! Seu texto fica horrível!
Sério!
25. evite frases exageradamente longas, por dificultarem a
compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de
uma idéia além da central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível,
forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos,
de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas,
parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de
frases mais curtas.
26. cuidado com a orthographia, para não deturpar a língua.
27. seja incisivo e coerente. ou talvez seja melhor não...
100 ERROS GRAMATICAIS E ORTOGRÁFICOS
Erros gramaticais e
ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como
ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais
comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
1.
"Mal
cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim:
mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor,
mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2.
"Fazem"
cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia
dois séculos. / Fez 15 dias.
3.
"Houveram"
muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4.
"Existe"
muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente
o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas
peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5.
Para
"mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu
fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6.
Entre
"eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e
você. / Entre eles e ti.
7.
"Há"
dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há
dez anos ou dez anos atrás.
8.
"Entrar
dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para
fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva
do falecido.
9.
"Venda
à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja
subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A
salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10.
"Porque"
você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que
separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. /
Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se
atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11.
Vai
assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai
assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou
(desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. /
Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu
ao pai. / Visava aos estudantes.
12.
Preferia
ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a
ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem
glória.
13.
O
resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do
predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito
prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o
complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14.
Não
há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias
erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar"
(paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu),
"previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso),
"cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar),
"frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário),
"advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo),
"ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar),
"impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15.
Quebrou
"o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma
forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes
núpcias.
16.
Comprei
"ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto
direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar,
viu-a, mandou-me.
17.
Nunca
"lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso
não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher
o deixou. / Ela o ama.
18.
"Aluga-se"
casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. /
É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se
empregados.
19.
"Tratam-se"
de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores
profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se
com os amigos.
20.
Chegou
"em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São
Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21.
Atraso
implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar,
pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22.
Vive
"às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via
de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via
de conclusão.
23.
Todos
somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros:
caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24.
O
ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como
circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica).
Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25.
A
última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e
sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de
Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do
Congresso.
26.
Vendeu
"uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de
ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a
atenuante, a alface, a cal, etc.
27.
"Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28.
Não
viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se
emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum
reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29.
A
feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira
inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30.
Soube
que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os
homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as
negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. /
Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as
pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31.
O
peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões
desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada"
(geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário"
(cabeçalho).
32.
Não
sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde
se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde
vamos?
33.
"Obrigado",
disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a
moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34.
O
governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo
interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram.
Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse,
predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35.
Ela
era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio
esperta, meio amiga.
36.
"Fica"
você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é
fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37.
A
questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem
nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38.
A
corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida
custa 5 reais.
39.
Vou
"emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou
pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão.
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40.
Foi
"taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de
ladrão. / Foi tachado de leviano.
41.
Ele
foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural:
Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era
um dos que sempre vibravam com a vitória.
42.
"Cerca
de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode
aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43.
Ministro
nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como
embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que
tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente
negar, vai deixar a empresa.
44.
Tinha
"chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha
chegado atrasado.
45.
Tons
"pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo,
não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de
adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46.
Lute
pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra,
ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em
mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição,
meio-de-campo, etc.
47.
Queria
namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48.
O
processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF.
Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. /
Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos")
leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. /
A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49.
As
pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os
pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas
esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50.
Vocês
"fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe,
nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo
condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor?
/ Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os
amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado
(e nunca tendo "formado-me").
51.
Chegou
"a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há
indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro
(não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui
a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos
de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52.
Blusa
"em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma
coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de
madeira.
53.
A
artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A
artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a"
gêmeos.
54.
Estávamos
"em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. /
Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55.
Sentou
"na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima
de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao
computador.
56.
Ficou
contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução
não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57.
O
time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a
2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58.
À
medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a
epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É
preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59.
Não
queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria
que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste,
receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear:
receiem, passeias, enfeiam).
60.
Eles
"tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do
singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele
vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61.
A
moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava.
Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao
filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses.
(O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do
indicativo.)
62.
Não
"se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as.
Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63.
Acordos
"políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último
elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras
verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64.
Fique
"tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige
trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65.
Andou
por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por
todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi
demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é
mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66.
"Todos"
amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. /
Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67.
Favoreceu
"ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o
time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68.
Ela
"mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável:
Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69.
Chamei-o
e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de
pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos
reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não
"dos mesmos").
70.
Vou
sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou
objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia,
este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71.
A
temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero
grau, zero-quilômetro, zero hora.
72.
A
promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa
uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De
encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de
encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73.
Comeu
frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu
frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de
entrar, saiu.
74.
Se
eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma
forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele
puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos
(de dizer), predissermos.
75.
Ele
"intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como
odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar
também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76.
Ninguém
se "adequa". Não existem as formas "adequa",
"adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o:
adequaram, adequou, adequasse, etc.
77.
Evite
que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d
vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale
"exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por
rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas.
Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês",
"precavém", "precavenho", "precavenha",
"precaveja", etc.
78.
Governo
"reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver
segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve,
reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo",
"reavê", etc.
79.
Disse
o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e
pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram,
puséssemos.
80.
O
homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens.
Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é
que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81.
A
tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora.
/ Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese
em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele
canta... / Na entrevista em que...
82.
Já
"foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém
"é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado
(cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria
"comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria
comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83.
Venha
"por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa.
O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e
pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo
(verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo,
selo, almoço, etc.
84.
"Inflingiu"
o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento.
Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição
ao réu.
85.
A
modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave,
avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com
eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86.
Espero
que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A
forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também
"comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar
cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido
(concretizado).
87.
O
pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai
nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer
nos avisar.
88.
Comprou
uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz
TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho
em cores.
89.
"Causou-me"
estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras.
Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do
sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não
"foi iniciado" esta noite as obras).
90.
A
realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao
verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode
mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não
"foram punidas").
91.
O
fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido,
não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92.
"Haja
visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu
empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93.
A
moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele
gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que
assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94.
É
hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com
artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. /
Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95.
Vou
"consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e
não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o
senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96.
Já
"é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já
são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é
meia-noite.
97.
A
festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal
não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10
kg.
98.
"Dado"
os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das
pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99.
Ficou
"sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou
sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de
ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E
lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma,
alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100."Ao meu ver". Não
existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
REDAÇÃO NA INTERNET
Uma
das maiores características da redação para a web é que ela exige a aplicação de
todas as ferramentas de marketing conhecidas: propaganda, marketing direto,
promoção, etc. Um redator que trabalha com a Internet tem que saber o momento
certo de usar cada tipo de técnica. Num dia, você pode estar escrevendo um
título de um banner, no outro dia, um texto editorial. Confira, abaixo, algumas
dicas para redatores de Internet:
Objetividade
A
objetividade é uma das maiores características dos textos para a Internet. Seu
visitante geralmente paga provedor de acesso e conta telefônica, além, é claro,
de ter outras coisas a fazer além de ler seu texto.
Lembre-se também que, devido às dificuldades técnicas, a leitura na web é muito difícil. Primeiro, porque o número de fontes é muito limitado. Depois, porque todos os estudos de legibilidade existentes até hoje vão por água abaixo quando os textos passam a ser vistos em um monitor. Não é à toa que muita gente acaba imprimindo os textos que vê na Internet.
Lembre-se também que, devido às dificuldades técnicas, a leitura na web é muito difícil. Primeiro, porque o número de fontes é muito limitado. Depois, porque todos os estudos de legibilidade existentes até hoje vão por água abaixo quando os textos passam a ser vistos em um monitor. Não é à toa que muita gente acaba imprimindo os textos que vê na Internet.
Seja
claro
Um
dos objetivos mais importantes dos textos na Internet é situar o internauta.
Não é raro a gente chegar num site e se perguntar: onde estou? Pra que serve
isso aqui? E, principalmente, onde é que eu clico? Seu visitante não tem como
saber o que você pensou ao criar um site ou um banner. Mostre para ele onde
deve clicar, por onde deve passar o mouse, o que ele deve digitar. Isso não
significa que você tenha que escrever "clique aqui" em todos os links
dos seus textos ou em todos os seus banners.
Textos
em cascata
Tente
sempre fazer com que um bloco de texto convença o internauta a ler o próximo.
Coloque links em seu texto, tomando o cuidado de não deixar seu visitante
perdido. Essa técnica é muito usada pelos grandes portais, para convencer o
visitante a clicar na página seguinte e assim poder mostrar novos banners para
o mesmo internauta. Independente do truque, isso faz com que as pessoas acabem
criando um hábito de leitura específico.
Se
o texto for grande
Se
o texto que você tiver que colocar em uma página for muito grande, divida-o em
tópicos. Fica mais fácil de ler e você ainda evita aqueles blocos gigantes de
texto que fazem qualquer internauta sair correndo.
Títulos
São
tão importantes na Internet como em qualquer outro veículo. Aliás, na Internet
eles são até mais eficazes. E a razão é bem simples: muita gente que escreve
para a Internet não tem formação publicitária e por isso acaba não sabendo como
usar e escrever títulos persuasivos. Daí a vantagem de um redator que conhece
propaganda.
E-mail
profissional e pessoal
O
e-mail pessoal você escreve do jeito que quiser. Você é quem vai assinar mesmo.
Mas o e-mail que tem uma função de marketing de relacionamento, assinado pelo
seu cliente, tem outra cara. Por mais informal que você queira ser, ele não
pode se parecer com o seu jeito de escrever para os amigos.
O
e-mail é como um anúncio.
O
e-mail, quando não é um spam, torna-se uma das mais poderosas ferramentas de
marketing que já apareceram. Ele deve ser encarado com a máxima seriedade pelo
redator. O subject, por exemplo, tem a importância de um título.
Os
parágrafos devem ser objetivos e bem estruturados. Você pode ainda colocar
links no texto para completar determinada informação ou mesmo vender um
produto.
Lembre-se de fazer textos rápidos. Ninguém tem saco de ler muito texto em e-mail. Principalmente se for um e-mail com fins comerciais.
Lembre-se de fazer textos rápidos. Ninguém tem saco de ler muito texto em e-mail. Principalmente se for um e-mail com fins comerciais.
Expressões
da Internet
Qq,
vc, tc. Qq significa qualquer. Vc é você. E tc, acredite se quiser, é um modo
de dizer teclar. Apesar de serem muito legais, muito cuidado na hora de usar as
expressões e abreviaturas próprias da Internet.
Texto
para banner de Internet.
Como
a atividade de criar banners é relativamente nova, a gente aconselha você a
olhar muitos banners e, principalmente, aqueles que você considera bacanas. Num
banner, o texto tem que ser curto (quanto maior, mais pesado e chato fica) e você
pode contar com a ferramenta da animação. Só não pode apostar todas as fichas
na animação porque a gente nunca sabe se o internauta vai começar a ver o seu
banner pelo início. Isso quer dizer que a seqüência do texto tem que ser muito
simples. O ideal é que independente do ponto em que se inicie a leitura do
banner, a mensagem faça sentido.